Com a proposta de um teatro visual, físico e extremamente poético, “Nasceu” parte da imagem de uma serpente sendo assassinada a duras pauladas por uma mulher prenha. Com texto lírico, assinado por Clara Romariz, a peça marca a formatura de Clara no bacharelado em direção teatral da UFBA e está em cartaz gratuitamente no Teatro Martim Gonçalves nestes dias 21, 22, 23 de março sempre às 19h. “Nasceu” aborda o princípio da vida: gênese de uma ideia, de uma obra de arte, de uma diretora, de um ser-humano, de uma leoa. E aqui não se trata de “gênese” em oposição a “morte”, já que fim e início estão conectados de forma espiralar. Fim de um ciclo, início de outro. Fim de uma fruta, início de uma semente. Fim de um bicho, alimento para a terra que dará início a mais vida. Descascar da pele da cobra, uma nova configuração de serpente.Peça marca a formatura de Clara no bacharelado em direção teatral da UFBA.
“Nasceu” trata do feminino, tema da pesquisa de Clara Romariz há alguns anos, saindo de um lugar único de compreensão deste ser-mulher, estereotipado, sempre em oposição. Santa ou puta, Eva ou Maria, a do instinto materno puro e imaculado ou a mãe que é sempre culpabilizada por tudo. Com um elenco formado por três atrizes e equipe majoritariamente feminina, “Nasceu” busca outras formas de mulheridade, muito mais vinculada à ancestralidade, ao lado animalesco desse dito instinto materno, um lado menos controlado por milênios de culpa cristã. Através de um texto poético e de uma encenação contemporânea, “Nasceu” questiona a representação do feminino propondo um novo olhar sobre as mulheres.
Clara Romariz é diretora, atriz e dramaturga, formada pela universidade livre do Teatro Vila Velha, trabalhou no Vila por cinco anos tendo participado de diversos espetáculos, ora como atriz, ora como assistente de direção. Depois de sair do Vila, Clara entra em direção teatral na UFBA, tendo se aprofundado mais na dramaturgia e na direção. Escreveu diversos espetáculos como Gatunas, Do fundo ao fôlego – ecos de mulheres, Abismo, Rominho e Marieta, passeando por gêneros diversos, sem perder sua linguagem lírica e seu tema de pesquisa, o universo do feminino. Dirigiu Ifigênia Agamemnon Electra, Sonata, Varal (seu solo) e Do fundo ao fôlego – ecos de mulheres (sua pré-formatura em direção).
NASCEU
FICHA TÉCNICA
DIREÇÃO, DRAMATURGIA, DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Clara Romariz
ORIENTAÇÃO: João Sanches
ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO: Alice Ciappa
ATRIZES: Amanda Cervilho, Daiane Martins, Nina Andrade
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Adrián Araújo, Roama
CENÁRIO: Elis Brito e Letícia Conde
FIGURINO, MAQUIAGEM E CABELOS: Diego Alcântara
COSTUREIRA: Saraí Reis
MÚSICA: Luciano Salvador Bahia
PREPARADOR VOCAL: Marcelo Jardim
DIREÇÃO DE MOVIMENTO: Alana Falcão
ILUMINAÇÃO: Diego Gonçalves
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Ana Paula Prado
SOCIAL MEDIA E FOTOGRAFIAS: Roama
ARTE GRÁFICA: Flor Menezes (FLIRAS)
SERVIÇO
ESPETÁCULO: NASCEU
ESTREIA: 14 de março (sexta)
TEMPORADA: 15, 16, 21, 22 e 23 de março de 2025 (sexta a domingo)
HORÁRIO: 19 horas
INGRESSO: Gratuito (retirada 1h antes de cada sessão na bilheteria do Teatro)
LOCAL: Teatro Martim Gonçalves
REALIZAÇÃO: UFBA, Escola de Teatro da UFBA
EDIÇÃO: Nelson Rocha