A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) apresentou hoje os resultados de um inquérito aos hotéis associados e concluiu que mais de 70% prevêem uma subida do preço médio em relação a 2024, incluindo no primeiro trimestre, período em que 60% dos inquiridos antecipam estagnação ou quebra da ocupação.
Para o primeiro trimestre deste ano, 43% dos hotéis esperam uma taxa de ocupação igual ao ano passado e 17% perspectivam uma taxa de ocupação pior.
Estas estimativas reflectem o efeito da Páscoa tardia este ano, com as férias escolares marcadas para Abril, ou seja, após o primeiro trimestre. Em 2024, as férias da Páscoa aconteceram na última semana de Março e na primeira de Abril.
Contudo, “não é a previsão de uma menor ocupação que faz baixar o preço”, sublinhou a vice-presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, na apresentação dos resultados do inquérito aos jornalistas, esta quarta-feira.
“Há uma maturidade no nosso sector e conseguimos lidar com esta situação de menor procura [no primeiro trimestre]” sem ser necessário “sacrificar o preço”, frisou Cristina Siza Vieira.
Os dados da AHP revelam que, apesar de 60% dos hotéis anteciparem uma estagnação ou uma descida da taxa de ocupação no primeiro trimestre, a maioria (64%) prevê uma melhoria do preço médio em relação ao período homólogo de 2024.
Para o ano completo, as previsões sobre a taxa de ocupação indicam que 44% dos hotéis esperam melhor ou muito melhor, 43% prevêem um desempenho igual e 9% esperam pior ou muito pior.
Já as previsões sobre o preço médio indicam melhorias em todos os trimestres. Para o ano completo, 73% dos hotéis esperam um preço médio melhor ou muito melhor, 19% esperam igual e 5% esperam pior ou muito pior.
Relativamente às receitas globais, a vice-presidente executiva da AHP destacou que 56% dos inquiridos antecipam um desempenho melhor e 33%, igual.
Espanha, Reino Unido e EUA serão os maiores mercados internacionais
Sobre os principais mercados para os hotéis em Portugal este ano, o mercado doméstico liderou as respostas ao ser apontado por 83% dos inquiridos como um dos três principais.
Entre os mercados internacionais, Espanha lidera com 54% dos inquiridos a apontar o país como um dos três principais emissores em 2025, seguindo-se o Reino Unido, com 39%, EUA, com 34%, e Brasil, com 32%. Seguem-se a Alemanha, com 19%, França, com 14%, Irlanda, com 6%, Polónia e Canadá, ambos com 2%.
A concorrência de outros destinos internacionais foi apontada por 68% dos inquiridos como um dos três principais desafios ou constrangimentos ao sector do turismo em 2025.
Outros desafios ou constrangimentos apontados pelos hotéis como um dos três principais para este ano são o aumento generalizado dos custos (52% dos inquiridos), a instabilidade geopolítica (52%) e a escassez de mão-de-obra qualificada (49%).
O inquérito foi realizado entre 2 e 31 de Janeiro e contou com respostas de 328 empreendimentos turísticos associados da AHP, tendo um intervalo de confiança de 95% e uma margem de erro de 4,94%.
Foto: Christopher Jolly -Unsplash
Fonte: PressTur
