Por Heloísa Braga#
Eu quero lembrar aos senhores governantes, gestores públicos, autoridades políticas do Brasil e em especial da Bahia, quero dizer a iniciativa privada, ao trade do turismo, as associações que integram o setor, que nenhum destino no mundo se torna um destino para o turismo sem a comunicação.
Tenho a obrigação nestes meus 35 anos como jornalista dedicada a dar voz aos que fazem, aos que pensam, trabalham e até aos pretensos atores do segmento do turismo , de dizer que nenhum destino no mundo existiria para o turismo sem a comunicação específica para o setor, sem a comunicação sobre o que vive, faz, cria, pensa, dança, canta, come, hospeda, educa, trabalha, recepciona, locomove, guia, nada, mergulha, aventura, voa, compra e tantos outros verbos que movem e que fazem acontecer as inúmeras atividades do universo, da prática do turismo.
Sem a comunicação através dos veículos e profissionais que fazem o turismo acontecer, ser conhecido, reconhecido e pensado, nada nem ninguém estaria no mercado!
Fluxo para o turismo só acontece através da comunicação.
Tanto a inciativa pública quanto a privada insistem em fazer de conta que a comunicação para o turismo não é alicerce para tudo o que fazem.
Ambos os setores, com raras e honrosas exceções, teimam em não enaltecer a importância da comunicação para o turismo, talvez como uma estratégia, como vergonha para justificar o difícil e baixo investimento que fazem na comunicação especializada, inversamente proporcional ao espaço que possuem, que ganham para comunicar seus negócios e interesses.
Estruturar, qualificar, treinar um destino para o turismo seria infrutífero sem gente, e o que traz gente é a comunicação, o que faz gente sair de casa, o que faz gente pegar um avião, um barco, um
navio, um trem, um carro, um ônibus, um foguete, entrar num restaurante, em um hotel, em um teatro, comprar uma viagem, um pacote para o turismo, um passeio ou um artesanato, contratar ou saber o que é um guia, um receptivo, um agente de viagens, um operador, uma companhia aérea, um seguro de viagem, comer ou saber sobre um acarajé ou uma moqueca, sair de casa, comprar ou usar qualquer serviço que integra a rede do turismo, é a comunicação.
Sem comunicação ninguém saberia do que trata ou o que faz a cadeia produtiva do turismo.
Hoje, com um celular em mãos, muitos se julgam ou se vestem de comunicadores, mas o que alimenta o setor, educa e propaga um destino e seus negócios é a comunicação específica, assertiva, constante, insistente e permanente para os profissionais do setor.
Passou da hora de parar com o esquecimento, do negacionismo. Não é mais admissível usar e se beneficiar do conhecimento, da pesquisa, do estudo e do muito trabalho dos profissionais que fazem a comunicação para o turismo como um trampolim.
A comunicação para o turismo não pode mais admitir não subir ao palco, não estar no foco, no centro, valorizada. Queremos e merecemos mais do que o reconhecimento nos bastidores, no escuro, a boca miúda, dos abraços agradecidos e carinhosos pelos cantos.
É hora de trazer a comunicação para o turismo para o centro da luz!
A sonhada maturidade para o trabalho do turismo de um destino só será possível com as mãos dadas com sua comunicação, dando a ela, retornando a ela o enorme espaço que ela concede a quem faz, trabalha, pensa, projeta, age e sonha com o turismo. Impossível educar uma comunidade para o turismo sem a ferramenta da comunicação.
Tenho uma trajetória profissional que me permite andar de cabeça erguida absolutamente consciente do importante e fundamental trabalho que faço para a comunicação do setor e para o turismo no Brasil.
Perdi a conta de quantos governos, projetos, propostas, pessoas e iniciativas vi nascer, passar, prosperar e morrer para o turismo, sempre colocando meu coração pulsando em mãos. Impossível contar o número de entrevistas que fiz para os mais diversos veículos de comunicação correndo o mundo com foco no turismo.
Não consigo listar quantos canais criei e abri para a comunicação sobre o turismo, quantos projetos e quantos filhos para a comunicação do turismo fiz nascer, ajudei a formar.
Não tenho nenhuma vaidade, mas tenho um orgulho imenso de tudo que plantei , alimentei e inspirei.
Sem respeito e sem me respeitar não teria 35 anos de história para comemorar e me orgulhar. Portanto, não me magoem. Não desmereçam a importância da comunicação para o turismo.
Merecemos e queremos como contrapartida o que propiciamos: luz, câmera e ação!
#Heloísa Braga é Jornalista e Radialista
Presidente da FEBTUR/Ba