A emissão da Autorização de Viagem Eletrônica — Electronic Travel Authorisation(ETA), em inglês — passou a custar mais caro para brasileiros e outros estrangeiros que desejam visitar o Reino Unido a partir desta quinta-feira (10). O valor, que antes era de 10 libras esterlinas (cerca de R$ 75), subiu para 16 libras (aproximadamente R$ 120), conforme anunciado previamente pelo governo britânico.
O reajuste já estava previsto, mas até então não havia uma data exata para sua aplicação. A mudança reforça o controle de fronteiras do Reino Unido, que implementou gradualmente o novo sistema desde outubro de 2023, começando por países do Oriente Médio.
Como funciona a ETA e quem precisa dela
A ETA é um documento exigido para entrada no Reino Unido – que inclui Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte – e tem o objetivo de reforçar a segurança das fronteiras. Desde 8 de janeiro de 2024, brasileiros precisam apresentar essa autorização para entrar no território britânico, mesmo em viagens de turismo ou curta duração. A obrigatoriedade foi estendida para cidadãos da União Europeia em 2 de abril de 2024, e, segundo o governo, a implementação continuará sendo feita em fases, abrangendo diferentes nacionalidades.
No entanto, a ETA não substitui o controle de imigração. Ou seja, a autorização é um pré-requisito, mas o viajante ainda precisará passar pela triagem dos agentes de imigração ao chegar ao país. Sem ela, no entanto, a entrada é automaticamente barrada.
Etapas para solicitar autorização
A solicitação da ETA deve ser feita online, pelo site oficial do governo britânico ou por meio do aplicativo específico. Cada pedido é individual, mas é permitido que terceiros realizem a solicitação — por exemplo, um responsável pode solicitar em nome de uma criança.
O processo é simples e rápido:
- O solicitante precisa responder a perguntas relacionadas à sua vida pessoal (não à viagem em si);
- Enviar uma foto do rosto e do passaporte;
- Efetuar o pagamento com cartão de crédito, débito, Apple Pay ou Google Pay.
Segundo o governo britânico, a resposta costuma ser enviada em poucos minutos, mas pode levar até três dias úteis.
Validade e regras de uso
A ETA tem validade de 2 anos e está diretamente vinculada ao passaporte. Caso o passaporte expire antes do prazo, será necessário solicitar uma nova autorização. Durante esse período, o titular pode realizar múltiplas viagens ao Reino Unido, desde que cada estadia não ultrapasse seis meses.
Os motivos permitidos incluem turismo, visitas pessoais, cursos de curta duração, atividades de negócios ou trabalho remunerado específico. Passageiros em trânsito também devem se atentar: a autorização é obrigatória apenas se houver necessidade de passar pelo controle de fronteira. Caso permaneçam na área de trânsito internacional do aeroporto, não será exigida.
Isenções e estatísticas
Algumas categorias de viajantes estão isentas da exigência da ETA:
- Residentes legais no Reino Unido;
- Cidadãos registrados no Sistema de Registo da União Europeia (pós-Brexit);
- Titulares de visto de trabalho ou estudo válido.
De acordo com o governo britânico, desde a introdução do sistema até dezembro de 2024, aproximadamente 1,1 milhão de autorizações foram emitidas. O modelo segue o padrão de outros países, como Estados Unidos e Austrália, e está alinhado com o sistema que a União Europeia também pretende implementar ainda este ano para estadias curtas.
O que muda para brasileiros?
A principal mudança para os viajantes brasileiros está no custo. Com o novo valor de 16 libras, o planejamento de viagens ao Reino Unido exige mais atenção no orçamento. Ainda assim, o processo segue relativamente acessível e simples, além de oferecer múltiplas entradas durante o período de validade.
A recomendação é que os viajantes iniciem o processo com antecedência para evitar imprevistos. A ETA representa uma etapa obrigatória, e sua ausência pode resultar no impedimento de embarque, mesmo com passagens e hospedagens já garantidas.
Foto: Divulgação – Arquivo PORTAL TURISMO TOTAL
Fonte: Muita Informação com Estadão Conteúdo