Artistas internacionais apresentam obras sobre memória, ambiente e território em Salvador

Três artistas de diferentes países apresentam, em Salvador, os resultados de suas pesquisas realizadas durante o primeiro ciclo de 2025 da Residência Artística Internacional Vila Sul. A programação, gratuita, acontece em dois momentos, nos dias 22 e 27 de maio e marca o encerramento do grupo inicial da temporada. Promovida pelo Goethe-Institut Salvador-Bahia desde 2016, a residência tem como objetivo promover o intercâmbio entre  pesquisadores e artistas  com a cena cultural local.

Com o tema “Meio Ambiente e Sustentabilidade – Reconhecendo Limites”, a temporada de 2025 reúne artistas em três grupos ao longo do ano, em períodos de imersão e troca de experiências. O primeiro grupo é formado por SAO Sreymao (Camboja), Francisco Klinger Carvalho (Brasil) Ellen Gomes (Brasil) e Roberto Uribe-Castro (Colômbia/Holanda), dos quais três agora compartilham com o público os desdobramentos de suas investigações artísticas.

Obra da artista cambojana Sao Sreymao (Foto: Divulgação)

A programação tem início no dia 22 de maio, às 17h, no Museu de Arte da Bahia (MAB), com a performance-escultura Oratórium Para Uma Árvore Morta, de Francisco Klinger Carvalho. Criada em 2015 em resposta a disputas fundiárias e à degradação ambiental na região Norte do país, a obra é reencenada em Salvador com a participação das performers Márcia Limma Gomes, Natureza Acácio França e Evelin Dias, que incorporam figuras de carpideiras em um ritual de despedida simbólica.

“Trata-se de uma evocação, um ritual de memória e cuidado. As carpideiras choram não só por uma árvore específica, mas por todas as formas de vida e histórias que desapareceram com ela”, afirma o Francisco Klinger.

A parceria com o MAB reforça a proposta da residência de promover conexões com o entorno e com instituições culturais da cidade. “Apresentar o trabalho do artista residente Francisco Klinger no MAB, esse importante museu vizinho do Goethe-Institut/Vila Sul, acentua o caráter de intercâmbio com pessoas e instituições que a Residência fomenta através dos artistas. O trabalho de Francisco também aponta para formas de escuta e atenção ao que foi apagado ou segue presente nos espaços que habitamos”, destaca Leonel Henckes, diretor de Operações do programa Vila Sul.

Padrões’ do artista Roberto Uribe-Castro (Foto: Divulgação)

Já no dia 27 de maio, às 18h30, o Goethe-Institut Salvador-Bahia sedia duas exposições simultâneas. Na galeria principal, Roberto Uribe-Castro apresenta Padrões, série que parte da observação do espaço urbano de Salvador para explorar a permanência de símbolos de controle e organização territorial. Inspirado pelos antigos marcos de pedra da colonização portuguesa, o artista analisa como objetos cotidianos influenciam a ocupação e as dinâmicas da cidade.

Na galeria menor, SAO Sreymao exibe The Breath – Through the Sea / A Respiração – Através do Mar, instalação que combina videoperformance, fototransferência e objetos escultóricos. A obra se estrutura em torno da ideia de respiração para abordar temas como legado colonial, exploração ambiental e relações entre territórios conectados pelo mar.

“As exposições criam espaços de observação e percepção. Não oferecem respostas diretas, mas ampliam possibilidades de leitura sobre os lugares que habitamos e suas camadas históricas e sociais”, acrescenta Henckes.

As mostras têm curadoria de Inês Linke, professora da Escola de Belas Artes da UFBA, e contam com visitas guiadas pelos próprios artistas.

Serviço

Performance: “Oratórium Para Uma Árvore Morta” – Francisco Klinger Carvalho
22 de maio (quarta-feira), às 17h
Museu de Arte da Bahia – Av. Sete de Setembro, 2340

 Exposição: “Padrões” – Roberto Uribe-Castro
27 de maio (segunda-feira), às 18h30
Goethe-Institut Salvador-Bahia – Av. Sete de Setembro, 1809

Exposição: “The Breath – Through the Sea / A Respiração – Através do Mar” – SAO Sreymao
27 de maio (segunda-feira), às 18h30
Goethe-Institut Salvador-Bahia – Av. Sete de Setembro, 1809

Entrada gratuita em todas as atividades.

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