Coronavírus deverá provocar cancelamento de reservas de hotéis em Portugal no Carnaval

O surto do novo coronavírus deverá levar ao cancelamento de reservas nos hotéis portugueses durante o Carnaval, afirmou hoje, 6,  o presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), que admitiu não ter conhecimento de já haver cancelamentos.

“Certamente que vai haver cancelamento de reservas devido à situação do coronavírus, portanto, a nossa expectativa, que era equivalente à do ano passado, tem que ser agora menos boa”, disse Raul Martins aos jornalistas, em Faro, onde participa no 8.º Congresso da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), que decorre até Sábado na Universidade do Algarve e na Escola de Hotelaria e Turismo.

Segundo o presidente da AHP, a Associação já recebeu uma recomendação da Booking para que os hotéis não venham a cobrar as reservas em eventuais cancelamentos por parte de turistas asiáticos.

Apesar de ainda não ter conhecimento de cancelamentos, Raul Martins (foto) notou que a população turística chinesa em Portugal, “não sendo a mais importante, é considerável”, pelo que, acredita que, “mais dia, menos dia, isso [cancelamentos] vai acontecer”.

“O nosso receio é de facto que isso possa atingir o turismo e não sabemos quando é que deixará de atingir, porque não sabemos – neste momento, ainda ninguém sabe -, quando é que ela [a epidemia] pode ser controlada”, sublinhou.

Raul Martins comentou mesmo que o controlo que está a ser feito dos turistas oriundos de países asiáticos “tem sido insuficiente”, apesar de “já haver países como a Rússia, a Nova Zelândia ou o Iraque, que não aceitam viajantes dessas origens”.

O presidente da AHP defende que a saída de pessoas da China “tem que ser mais condicionada do que aquilo que está a acontecer agora” e que, “mais dia, menos dia”, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deve “impor isso à China”.

Já a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, referiu, à margem do congresso, que o impacto no turismo, nesta altura, “ainda é bastante reduzido” e que “tudo dependerá do tempo que demorará a resolver” o novo surto.

“Se conseguirmos, no contexto mundial, resolver a questão no próximo mês, o impacto será muitíssimo reduzido e provavelmente negligenciável”, afirmou, notando que o mercado asiático é “residual”, embora importante, devido ao seu grande crescimento.

Em 2018, de acordo com dados do INE, os turistas oriundos da China representaram 2,1% do total de hóspedes estrangeiros da hotelaria portuguesa, com um total de 324,1 mil, ainda assim com um aumento em 16,8% face a 2017.

Até Novembro de 2019, último mês com dados já publicados, a hotelaria portuguesa já conta com mais turistas residentes na China que em todo o ano de 2018, por um aumento em 19,3% ou 58,4 mil, para 360,5 mil, que significam 2,3% do total de hóspedes residentes no estrangeiro.

A informação do Instituto indica também que em dormidas, o mercado chinês cresceu 13,9% oi 63,1 mil, para 518,4 mil, marca que foi ultrapassada em 11 de meses de 2019, no qual o total de pernoitas de turistas residentes na China se eleva a 563,7 mil, representando 1,2% do total de pernoitas de turistas residentes no estrangeiro.

A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em Dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada em quarentena.

A OMS declarou em 30 de Janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

*Fonte: PressTUR com Agência Lusa

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