Centro de Portugal: Região de grandes histórias, pescadores e surfistas, que encanta turistas

Por Nelson Rocha

Fotos: David Rocha

A convite da Agência Regional de Promoção Turística do Centro de Portugal, o Portal Turismo Total  participou de um Press Trip  que nos levou a descobrir, durante uma pequena viagem no tempo, os encantos da beleza da região, enraizada em aldeias de contos de fadas,  castelos, muralhas, conquistas históricas, na tradição marítima de pescadores e bravos marinheiros.

A partida ocorreu na sexta-feira, dia 15, acompanhando o simpático guia de turismo José Manuel Santos, da Madomis ToursTailor-Made Experiences– , que nos conduziu mostrando o melhor das cidades e vilas. Através dele tivemos contato com uma gente acolhedora, que com seus monumentos deslumbrantes nos contam histórias enquanto compartilham mesas de gastronomia saborosa e farta, com bons vinhos e filosofia de vida.

“Essa é uma região extensa, que se situa essencialmente entre o rio Douro e o rio Tejo, estrategicamente entre os aeroportos do Porto e de Lisboa. Engloba a Serra da Estrela, ponto mais alto em Portugal continental, onde é possível a prática de esqui, até  as extensas e infinitas praias atlânticas, onde temos imensos lugares para a prática do surf”. A explanação inicial do José Manuel Santos, que ao longo do percursso demonstrou conhecimento pleno do charmoso destino, sinalizava para momentos inesquecíveis do passeio turístico, passando por aldeias históricas e parques naturais, enfim, inúmeras atrações e opções.

Nazaré

A primeira parada foi em Nazaré, pitoresca cidade costeira elevada ao maior patamar do surf, quando uma onda gigante de 30 metros de altura surfada pelo havaiano Garrett McNamara em 2011, na Praia do Norte, despertou para sempre o potencial turístico local.  O turismo religiosos atrai milhares de fiéis ao  Santuário do  séc. XVIII, de onde se realizam grandiosas festas. É em Nazaré que muito simpáticas senhoras se encontram: continuam a vestir as 7 saias, a vender frutos secos e a falar a plenos pulmões.

Uma das imagens mais tradicionais de Nazaré são os carapaus a secar ao sol. A seca do peixe tornou-se uma referência de marca da identidade local. Guardamos na memória a agradável subida e descida do plano inclinado que transporta turistas e habitantes para o alto da cidade, ponto de contemplação.

Nazaré Surfer Wall

No roteiro da visita, o Canhão da Nazaré, subaquático na costa do Oceano Atlântico Ocidental. Com uma profundidade de pelo menos 5.000 metros e uma extensão de 230 km. O canhão dá origem a ondas gigantescas, fazendo da Nazaré um ponto incontornável da rota do surf mundial.

Os surfistas das ondas gigantes estão habituados a paredes de água com mais de 20 metros de altura: é isso que procuram na Nazaré em dias de tempestade. E é no Forte de S. Miguel Arcanjo na Nazaré que estão em exposição as pranchas oferecidas por estes surfistas que se aventuram nas ondas da Praia do Norte.

Contemplamos o mar do alto do Farol e visitamos no interior a exposição das pranchas dos surfistas que desafiam as ondas gigantes de Nazaré.

Nas Caldas da Rainha

No final da tarde partimos para Caldas da Rainha, onde nos hospedamos no Hotel Sana Silver Coast****, localizado no centro histórico, diante do parque D. Carlos I e a poucos passos da zona comercial.

O Sana Silver Coast, no majestoso edifício neoclássico, completamente renovado com um design simples, é cheio de  glamour.

No sábado, 16 de outubro, nas Caldas da Rainha, nos foi estendido o tapete real,  e nele pisamos com delicadeza, curiosidade e satisfação. É, aliás, à Rainha Dona Leonor que a cidade deve o seu nome. A fundação das Caldas da Rainha, no final do século XV, confunde-se com a criação do Hospital Termal, o primeiro.

“Consciliou o tratamento das águas, que já não era novo, os romanos já faziam esse tratamento pelas águas, mas introduziu um médico durante sete dias por semana, todo o ano. Então a combinação do tratamento do médico, com o tratamento das águas, foi a primeira vez que ocorre no mundo”, esclareceu Ivo Soares, guia de turismo que nos relatou um resumo da história de Vossa Majestade com as Caldas.

Em 1485 era inaugurado o hospital termal mais antigo do mundo, o Hospital Termal de Nossa Senhora do Pópulo, atualmente apenas aberto para visitas. Próximo da antiga unidade de saúde, o destaque é para o Parque D. Carlos I onde os chamados e famosos Pavilhões das Caldas, erguido para ser uma área de internamento, estão abandonados, mas não mais por muito tempo. Um projeto de reabilitação e requalificação foi aprovado e no local surgirá um hotel de cinco estrelas, orçado em 15 milhões de euros, com conclusão prevista para 2023. Caldas da Rainha poderá ser um dos mais luxuosos destinos termais do continente europeu, com o hospital reaberto e os Pavilhões recuperados e utilizados na hotelaria.

Caminhar entre as barracas do tradicional mercado das frutas e verduras que acontece todos os dias no centro da cidade foi das experiências mais gratificantes. O bom é descobrir as Caldas da Rainha a pé. Depois da caminhada programada, partimos para Foz do Arelho, que tem as suas raízes numa pequena comunidade piscatória que vivia da riqueza proporcionada pela Lagoa de Óbidos.

Percorremos os Passadiços da Foz do Arelho, desenhados pela Nadia Schilling com cerca de 800m de extensão, que proporcionam a mais deslumbrante vista panorâmica sobre as arribas e o Oceano Atlântico. Para completar este prazer desfrutamos de  mais um tradicional almoço da rica gastronomia regional.

Peniche

Peniche viveu desde a antiguidade intimamente ligada ao mar. Inicialmente era uma ilha, e depois tornou-se uma península. Peniche é conhecida como a capital do surf da Europa, atraindo todos os anos centenas de milhares de surfistas profissionais e amadores. Mas, embora as ondas sejam incríveis, a cidade vai muito além do surf. A sua localização estratégica, a riqueza dos seus terrenos e a sua costa foram ocupadas por várias civilizações desde os tempos pré-históricos, mais precisamente no Paleolítico Médio.

Com a ocupação romana a economia da população assentava essencialmente na agricultura e na pesca, afirmando a importância na época da indústria conserveira, atividade que ainda hoje perdura. A paisagem magnífica e um vibrante Porto de Pesca, tornam Peniche uma cidade única.

Situado mesmo em frente ao Forte de Peniche está o bairro dos pescadores Bairro do Visconde, que ergue-se na falésia, edificado no reinado de D. João III de 1557 a 1645 e é um dos marcos históricos da defesa da cidade. No local haviam modestas casas de madeira construídas sobre as rochas, como em toda a costa atlântica. A alvenaria só começou em 1945. No entanto, as origens do Bairro do Visconde estão profundamente relacionadas com a indústria de conservas iniciada durante a Primeira Guerra Mundial.

– O mais agradável de Peniche é a hospitalidade…é o bom receber. A gastronomia também, principalmente na área do pescado. Depois, Peniche tem uma costa natural extremamente bonita, muito linda.- diz com orgulho Floriano Sabino, pescador aposentado.

O bairro dos pescadores – o Bairro do Visconde-, é muito popular e também um extraordinário testemunho social e político com a melhor localização da cidade.

A capela de Nossa Senhora dos Remédios, junto a costa, é um santuário de peregrinação no bairro. Não se sabe ao certo quando foi construída, mas a igreja data do século XV. A capela primitiva terá sido edificada em torno da gruta onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora dos Remédios, no final do século XII.

Cabo Carvoeiro

Para apreciar um belo pôr-do-sol, recomendamos um passeio de vistas deslumbrantes no Cabo Carvoeiro, algo imperdível. Situada no extremo da península, tem a particularidade de ser o ponto mais ocidental de Portugal. O farol data de 1790 e a vista é espetacular. A península de Peniche apresenta uma sucessão geológica de estratos de rochas carbonáticas sedimentares da Idade Jurássica.

Os estudos do estratótipo de Peniche afirmam que a Península Ibérica no Jurássico Inferior era uma ilha e as áreas que agora incluem as cidades de Coimbra, Lisboa e Peniche eram mar, não existindo senão meio marinho.

Uma história registrada nas rochas que remonta ao início do Jurássico (200 milhões de anos atrás) e à vida mais recente no planeta azul. É  o maior registo rochoso desse período em Portugal, relacionado com uma era marinha que começou há 190 milhões de anos, antes da formação do Oceano Atlântico. Um ecossistema único que faz de Peniche o melhor local da Europa para observar a migração de aves.

Praia do Baleal

Na costa norte de Peniche, surge uma pequena península com calcário e brecha vulcânica, conhecida por ilhéu da Papoa. Esta formação rochosa apresenta um modelado cársico, sendo um local de pesca bastante procurado, proporcionando, também, bela vista para o mar.

O ilhéu da Papoa marca o início da praia do Baleal, é refúgio dos surfistas quando o vento sopra de sudeste e também um excelente local para observação de aves marinhas. E a praia do Baleal que já foi ilha, depois lugar onde se esquartejaram baleias, ainda tem duas ilhotas: a Ilha de Fora e o Ilhéu das Pombas. Caminhamos pelo Baleal, de vista magnífica… e por último, mas não menos importante, seguimos para o Prainha Restaurante… fomos até….à mesa! O mais português de todos os lugares.

Óbidos

A visita seguinte foi à Óbidos, que está a apenas 17 minutos das Caldas da Rainha. Uma pequena vila romântica, um dos destinos mais bonitos de Portugal,  que é o sonho de qualquer amante dos livros, onde inclusive é possível  dormir num hotel com 75 mil publicações expostas em todos os recintos, da recepção aos quartos. Por sorte, durante a nossa passagem pudemos experimentar um “cheirinho” do Festival Literário Internacional de Óbidos, evento com a participação de escritores, artistas e de um grande público, que se encerrou no domingo, 24 de outubro.

” O nosso hotel é um antigo convento, edifício do século XVIII…Temos cerca de 30 quartos e quem quiser pode vir cá, comprar um livro, fazer trocas e doações”, revela Daniela, recepcionista do conciderado maior hotel literário do mundo.

-Esta é a minha primeira vez no F(O)LIO – Festival Literário Internacional de Óbidos – , estou adorando a cidade de Óbidos-, afirmou o escritor gaúcho Paulo Scott, participante do evento.

Outrora uma fortaleza medieval rodeada por uma muralha do séc. XII, Óbidos convida-nos a passear e a explorar o alegre ambiente medieval de ruas sinuosas e velhas casas caiadas de branco onde o pôr-do-sol ganha uma coloração dourada. Sem deixar de experimentar a Ginja d`Òbidos, bebida espirituosa considerada o verdadeiro segredo dos Reis.

Óbidos acolhe inúmeras festas ao longo do ano que estão abertas a todos, incluindo a Festa do Chocolate na Primavera, o Extremo Medieval no Verão, a Festa Literária no Outono e a Aldeia do Natal no Inverno. De volta à mesa, desta vez fomos experimentar as delícias do Restaurante Zélia.

Em seguida uma excelente surpresa: visita técnica de despedida a Companhia Agrícola do Sanguinhal, muito próximo de Óbidos, fundada em 1926 por Abel Pereira da Fonseca, que passou para várias gerações a arte de fazer vinho combinada com uma paixão sem fim.

“Meu bisavô era um grande produtor e negociante de vinhos no início do século XX.  Apaixonou-se por esta região, com terra fértil para a agricultura, e investiu aqui. Hoje temos 100 hectares de vinhedos, engarrafamos cerca de 750 mil garrafas, temos vinhos maravilhosos, branco, rosados, tintos, de castas únicas”, diz Ana Pereira da Fonseca Reis, responsável pela área de enoturismo da Quinta do Sanguinhal, última parada de um Press Trip repleto de bons momentos.

O Centro de Portugal é por demais vasto, um cenário natural de histórias, monumentos e tradições.  Os nossos agradecimentos aos integrantes da  Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal pela gentiliza em nos receber e proporcionar uma experiencia de viagem especial.  O pouco que experimentamos do  destino, que tanto tem a oferecer, recomendamos aos turistas, sugerindo uma estadia de ao menos uma semana no trecho que visitamos, simplesmente convidativo e encantador.

 

Alojamento
Sana Silver Coast Hotel
Avenida Dom Manuel Figueira Freire da Câmara
2500-184 Caldas da Rainha
Ph.:+351 262 000 600
E-mail:sanasilvercoast@sanahotels.com
https://silvercoast.sanahotels.com/

Restaurantes
Restaurante Prainha
Praia do Baleal
2520 Baleal
Ph.: + 351 262 769 173

Restaurante Zélia
R. dos Combatentes da Grande Guerra 9,
2540-454 Sanguinhal
Ph.: + 351 262 605 157

Vinícola
Quinta do Sanguinhal
2540-216 Bombarral
Ph.:+351 262 609 199
Mail: enoturismo@sanguinhal.pt
www.sanguinhal.pt/

Transporte e Acompanhamento Especializado
Madomis Tours – Tailored Made Experiences
Rua Vicente Pindela, nr. 48 – 1º
3030-030 Coimbra
Ph.: +351 914 216 777
Mail: info@madomistours.pt /www.madomistours.pt

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *